sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Sophia de Mello Breyner Andresen




                  Quando morrer, voltarei para buscar os instantes que não vivi junto do mar.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

José e Pilar


Documentário sobre os últimos quatro anos de vida do autor José Saramago, ao lado da sua fiel companheira Pilar.
O filme mostra a rotina do autor  e sua luta final para terminar o livro "A viagem do elefante".

segue o link para download:

http://laranjapsicodelica.blogspot.com/2011/08/jose-e-pilar-2010.html

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Mistério do Planeta




Vou mostrando como sou
E vou sendo como posso,
Jogando meu corpo no mundo,
Andando por todos os cantos
E pela lei natural dos encontros
Eu deixo e recebo um tanto
E passo aos olhos nus
Ou vestidos de lunetas,
Passado, presente,
Participo sendo o mistério do planeta
O tríplice mistério do "stop"
Que eu passo por e sendo ele
No que fica em cada um,
No que sigo o meu caminho
E no ar que fez e assistiu
Abra um parênteses, não esqueça
Que independente disso
Eu não passo de um malandro,
De um moleque do brasil
Que peço e dou esmolas,
Mas ando e penso sempre com mais de um,
Por isso ninguém vê minha sacola

Novos Baianos

domingo, 15 de maio de 2011

Mario de Sá-carneiro

Segundo Fernando Pessoa " Sá-Carneiro não tem biografia, só génio", mas quem conhece esse génio? Quem não associa somente a uma sombra do Pessoa? Estou no momento descobrindo o génio, estou lendo as poesias completas de Sá-Carneiro, que não são muitas, pois morreu jovem aos 25 anos, assim como Rimbaud. Até na acadêmia , tanto no Brasil como em Portugal seu nome vem associado somente ao primeiro movimento modernista português e nada mais. Bem vamos a ele:


ESTÁTUA FALSA

Só de ouro falso os meus olhos se douram;
Sou esfinge sem mistério no poente.
A tristeza das coisas que não foram
Na minha'alma desceu veladamente.

Na minha dor quebram-se espadas de ânsia,
Gomos de luz em treva se misturam.
As sombras que eu dimano não perduram,
Como Ontem, para mim, Hoje é distância.

Já não estremeço em face do segredo;
Nada me aloira já, nada me aterra:
A vida corre sobre mim em guerra,
E nem sequer um arrepio de medo!

Sou estrela ébria que perdeu os céus,
Sereia louca que deixou o mar;
Sou templo prestes a ruir sem deus,
Estátua falsa ainda erguida ao ar...

                              Paris 1913 - maio 5.